Pages

Sample Text

Sample text

Social Icons

Featured Posts

.

Médicos têm medo de retaliação da própria classe em Belo Horizonte

segunda-feira, 2 de setembro de 2013


Em meio a tanta polêmica na imprensa e nas redes sociais, médicos selecionados para Belo Horizonte e Região Metropolitana, dentro do programa Mais Médicos, do governo federal, têm medo da retaliação dos colegas da classe. Depoimentos indicam que os profissionais não querem expor seus rostos na mídia porque temem sofrer represália de outros médicos, por terem aderido ao programa.

Os profissionais brasileiros que se inscreveram no Mais Médicos e foram selecionados pelo programa para trabalhar no estado de Minas Gerais foram recepcionados nesta segunda-feira (2), pelo Secretário Nacional de Atenção à Saúde Básica, Helvécio Magalhães,  em Belo Horizonte. A capital mineira vai receber 16 dos 120 profissionais solicitados ao governo federal, entre brasileiros e estrangeiros.
Juliana (o nome da médica foi modificado a pedido dela) conta que se inscreveu no programa porque parecia uma boa oportunidade de emprego. Com 25 anos de idade e recém-formada, a jovem ainda não sabe em qual região da capital mineira ela vai trabalhar. Segundo o calendário oficial, médicos com diplomas brasileiros começam suas atividades de atendimento ainda hoje. Contudo, ela conta que as informações ainda estão um pouco confusas, e até mesmo os horários das reuniões dos médicos com o Ministério da Saúde e com a Secretaria Municipal de saúde estão coincidindo, tornando impossível participar dos dois acolhimentos.
Vou trabalhar com um contrato temporário, mas ganhando muito mais que eu ganharia em um posto de saúde com um contrato normal"
Juliana*, que prefere não revelar seu nome verdadeiro
Para a jovem, “o programa realmente não é muito bom para a classe dos médicos”. Contudo, individualmente, ela explica, é uma boa oportunidade de emprego. A jovem conta que, por medo de retaliação, e por receio de gerar polêmica entre os colegas, prefere não se identificar, e tenta se manter fora das discussões nas redes sociais e na imprensa. “Tenho muitos amigos que são contra e não quero me expor”, justifica.  “Eu estou fazendo algo provisório que  é bom para mim. Vou trabalhar com um contrato temporário, mas ganhando muito mais que eu ganharia em um posto de saúde com um contrato normal”, diz.
Em um depoimento concedido nos últimos dias, um médico que veio de outro estado para Minas Gerais e prefere não identificar para esta reportagem também está com medo de retaliação. O profissional da saúde estava receoso com relação ao programa. Ele explica que trabalhava em uma cidade pequena em que a saúde pública sofre de descaso do próprio governo federal. “Eu era o único médico na cidade, mas não há verbas para a saúde. Com essa oportunidade, eu saí da minha cidade, para trabalhar em outra. Isso é bom pra quem?” questiona.
O médico, que como outros 71 profissionais vai trabalhar em Minas Gerais, conta que gosta de fazer atenção básica, mas precisou sair do emprego anterior porque o posto em que trabalhava foi “completamente abandonado pela saúde pública”.

2 comentários

 

Cadastre-se

Pesquisa

Most Reading

Tags