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O verdadeiro sentido do Sete de Setembro

sexta-feira, 6 de setembro de 2013






     A fantasia de Pedro Américo para a Independência - Uma tela gigantesca, de 4,15m de altura por 7,60m de comprimento, mostra um valente Dom Pedro I erguendo sua espada no ar, às margens do riacho Ipiranga, acompanhado por uma tropa de alazões e oficiais bem alinhados, a declarar a independência do Brasil de Portugal. É o quadro “Independência ou Morte”, de Pedro Américo, hoje no acervo do Museu Paulista, conhecido como Museu do Ipiranga. O ano da cena era 1822. O resto, quase tudo ficção.

    No Brasil, a nossa Independência foi, ao mesmo tempo, nosso erro original. Por que, ao contrário de ser uma revolução, foi uma contrarrevolução. Foi assim: Portugal, como outros países europeus, não queria mais reis poderosos, sem limites. Quis ter uma Constituição. E fez a sua revolução: a revolta constitucionalista do Porto. O monarca, D. João VI, correu para lá para tentar não perder a coroa nem o poder. Negociou, se manteve no trono, mas perdeu força. As Cortes, o Parlamento, passaram a impor certas restrições ao poder real. Enquanto isso, por aqui, o filho do imperador enfrentava um dilema. Ou aceitava as mesmas restrições de poder ou tinha de se impor aos burgueses. D. Pedro I não era homem de ceder a ninguém. Criado na época do Absolutismo, Pedro nunca aceitaria ser um rei “mandado” por outros, nem dividir o poder com ninguém. As Cortes mandaram-no voltar, ele disse que ficava (para o bem geral da Nação…) Quando tentaram de vez lhe impor o freio, gritou: Independência ou morte. Mas a independência que lhe interessava, mais do que a da colônia, era a sua. A independência de governar como bem entendesse. Nossa Independência é uma contrarrevolução. Foi feita por um príncipe violento, brutal, antidemocrático, que não queria perder seu poder. Foi feita para que o povo não mandasse. Para que se submetesse a um déspota. Assim nascemos. E durante muito tempo nosso país sofreu ainda (sofre? ainda?) com esse erro original. Nossos governantes sempre acreditaram que o povo existe para eles. E não o contrário. Não faz nem 20 anos, uma ministra não disse que o povo era só um detalhe? É preciso celebrar o 7 de setembro. Mas é preciso lembrar o que ele significa.


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